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domingo, 13 de abril de 2008

OS 100 MAIORES CIENTISTAS DO MUNDO !

Os 100 Maiores Cientistas da História

Outubro de 2002
Mesmo com todas as ressalvas que o próprio autor faz questão de mencionar, a intenção de elencar, por ordem de importância, os cem maiores cientistas da história da humanidade, por si só, é um equívoco. Apesar disso, a obra "Os 100 Maiores Cientistas da História: uma Classificação dos Cientistas Mais Influentes do Passado e do Presente" é um livro interessante para os apreciadores da história da ciência.

A obra do biógrafo de laureados John Simmons apresenta uma centena de biografias em pílulas - cada uma tem em média cinco páginas. Desde que o leitor dê menos importância à ordem em que elas aparecem ao longo da publicação, os textos poderão auxiliar bastante na composição de um quadro característico da história da ciência a partir de Isaac Newton (1647-1727).

No último capítulo, mas nem por isso o menos importante, Simmons tenta justificar as "omissões imperdoáveis" da sua obra. Ele mesmo explica que o fato de ter escolhido colocar em primeiro lugar Newton, "o mais influente cientista do mundo ocidental", impediu que inserisse na lista - de total responsabilidade do próprio autor - nomes mais antigos que também fizeram ciência de alto nível e mereceriam uma citação.
Duas únicas exceções: Nicolau Copérnico (1473-1543) e Johannes Kepler (1571-1630). O primeiro criou a idéia do universo heliocêntrico. A Kepler são creditadas "as leis do movimento dos planetas e o início da mecânica celeste". Em seu tempo, ele revolucionou toda a astronomia.

O autor explica ainda que escolheu os perfis com base no gosto pela teoria, pela experimentação ou ainda pelos dois. Por isso inventores e engenheiros ficaram de fora. E a explicação para a ausência de nomes como Aristóteles, René Descartes e Francis Bacon? A resposta é única: todos são da maior importância na história da ciência, mas suas contribuições devem-se à sua influência histórica difundida e não à influência direta.

Em resumo. Vários argumentos contra este ou aquele nome poderão ser sempre apresentados. Classificações, principalmente quando feitas por uma única pessoa, são sempre arbitrárias. Não existe como fugir disso em hipótese alguma. Os "cem maiores cientistas" apenas reforça os absurdos das listas.

Além de Newton em primeiro e Kepler e Copérnico, respectivamente em nono e décimo lugar, a lista dos dez mais que abre o livro conta ainda com, do segundo até o oitavo: Albert Einstein, o físico Niels Bohr, Charles Darwin, Louis Pasteur, Sigmund Freud, Galileu Galilei e Antoine Lavoisier. Um trecho do livro merece destaque: "Parece-me, claramente, sem finalidade a discussão do significado relativo entre Niels Bohr e Charles Darwin e parece-me ainda mais próprio dizer que a influência de dois cientistas do século XIX, Gustav Kirchhoff (o décimo nono) e Hermann Von Helmholtz (o de número 63) seria do mesmo calibre do que discutir se um era melhor do que o outro. O que pretende a lista é geral e simples: a ordem, essencialmente irreversível. A lista isenta-se da intenção de rigidez, sendo até mais flexível no meio do que no início ou no fim."

Porque não começarmos pela cientista catalogada como a de número 80 no livro? Lynn Margulis, com 64 anos, entrou na seleta lista dos cem mais não por ser mulher - ela é uma das três do livro, está bem atrás de Marie Curie que é a 26ª e à frente de Gertrude Elion, que ocupa o posto número 84 -, mas por sua teoria da simbiose sobre a origem da célula. Sempre controvertida não apenas pela tese proposta em 1967 e até hoje não aceita de forma global, mas também por suas posições em várias áreas do conhecimento, Lynn Margulis seria a primeira a reestruturar esta visão do mundo em que listas e mais listas substituem eventos simultâneos e de mesma importância.

O principal mote da teoria da simbiose mostra que as bactérias tiveram um papel determinante na evolução das células eucarióticas, ou seja, estruturas com núcleo, rodeado por uma membrana e provido de DNA cromossômico. Como a tese leva a repensar alguns princípios da teoria contemporânea da evolução, ela sempre mereceu mais descrédito do que o contrário. O tempo passou, Lynn se casou inclusive com um jovem estudante, Carl Sagan, teve dois filhos, se casou novamente com o químico Thomas Margulis e sua tese foi ganhando poucos adeptos. Chegaram os anos 80. Ainda com a idéia na cabeça de que "somos, provavelmente, compostos, junções de criaturas diferentes", a cientista norte-americana viu sua teoria ganhar força com as novas descobertas que surgiam. Bactérias fotossintéticas encontradas no fundo do mar se mostraram semelhantes a algas verdes e às plantas em geral. Lynn defende que a maior fonte de novidade evolucionária é a aquisição de simbiontes, tudo sendo, então, editado pela seleção natural. "Nunca é, simplesmente, o acúmulo de mutações." As provocações não cessaram neste nível celular, elas englobariam todo o planeta Terra.

A outra teoria importante da hoje professora de biologia da Universidade de Massachusetts não mereceu mais dois parágrafos de sua minibiografia inserida no livro dos cem mais. Ao lado de James Lovelock, ele não aparece na lista, ela formatou o que se convencionou chamar da Hipótese de Gaia. Não apenas os seres vivos estão em contínuo processo de simbiose. Por este conceito bastante recente, todo o planeta Terra pode ser considerado um único ser vivente. "O Homo sapiens não é sábio por causa do nome que ele próprio se deu. Para mim a espécie cheira arrogância misturada com ignorância", escreveu Lynn.

Apesar de a Hipótese da Gaia ainda não ser aceita por vários cientistas importantes espalhados pelo mundo, o conceito merece uma atenção cada vez maior em pleno século XXI. Se estas interligações realmente existirem, os efeitos de um determinado problema ambiental, por exemplo, podem alcançar abissais proporções. O mesmo vale para o passado. A partir disto, nada pode ser considerado linear.

Aqui não se trata de misturar religião ou espíritos do outro mundo para conseguir fechar a conta. Trata-se de uma abordagem diferente do problema. A ciência, cada vez mais, deixará de ser dos homens e passará a ser dos grupos de homens. As sacadas geniais, como teve Arquimedes na banheira - ele é o último da lista publicada no livro -, poderão até continuar a existir, mas elas serão importantes, se tratadas de forma multiangular. Não adianta buscar o certo e o errado, mas sim a causa e o efeito. E, nunca, esta relação será única e linear. Tudo será feito ou conquistado com base na multiplicidade das teorias.

O equívoco presente na lista não está em seus nomes, mas sim na sua gênese. Como a visão é linear ocorre o mesmo fenômeno que a lista dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos, que se costuma fazer em mesa de bar. Os atuais são sempre lembrados ou esquecidos rapidamente em relação aos mais antigos. No livro dos cem maiores cientistas da história, o que se vê é exatamente isto. Os mais recentes são os últimos - com algumas exceções - e vice-versa. Claro. A obra de Newton ou de Einstein serviu de inspiração para mais pessoas que a de Noam Chomsky, por exemplo. Apenas por uma questão cronológica. Apresentado com um dos maiores especialistas em lingüística do século XX, Chomsky, que ainda está em atividade, aparece na posição número 71 da lista.

O caso emblemático do desenvolvimento da teoria quântica, ou mesmo da confecção teórico-prática da bomba de Hiroshima mostra bem que um único cientista não pode merecer todo o crédito ou crítica se for o caso por tais procedimentos.

Nestas grandes questões, estão sempre presentes também os fatores políticos, econômicos, sociais. Não se trata apenas de provar que tal hipótese científica é possível ou não. As questões se resolvem bem além das bancadas dos laboratórios. Estas ressalvas, que não estão colocadas no livro, não mudariam a história e muito menos diminuiriam os feitos intelectuais dos grandes cientistas de todos os tempos. Mas, sem dúvida, elas ajudariam a dar pesos mais adequados a certos títulos. Será que o Prêmio Nobel é um bom indicador de eficiência científica? Talvez ele seja uma fotografia do momento científico que o mundo está passando, mas, em hipótese alguma, se pode contar a história da ciência a partir dele. Ou será que o Terceiro Mundo nunca teve um cientista importante, pelo menos, para a sua própria comunidade?

Simmons faz questão de lembrar, como um possível sucesso da sua lista, que 31 dos citados por ele receberam o Nobel ainda em vida. E três outros receberam por duas vezes o prêmio. Fato bastante alardeado, principalmente pelos cientistas norte-americanos e europeus.

Claro, também, que o quadro científico mostrado pela origem dos cem cientistas exibe algo bastante típico. A maioria dos que fizeram história são brancos, europeus ou norte-americanos. Muito poucos tiveram uma origem humilde. A maioria nasceu e cresceu em famílias tradicionais, o que já era uma garantia para o acesso à ciência.

Pela teoria de Gaia, nada impede que, dentro de seu universo, Oswaldo Cruz, por exemplo, tenha um peso idêntico a vários dos cientistas que estão na lista. A leitura da obra, de uma forma não linear como ela foi apresentada, pode ser uma opção interessante para que seu excelente conteúdo não seja desperdiçado. Quem sabe o desafio de se fazer uma lista própria, com ênfase nas capilaridades que sempre existem, não se torne uma experiência interessante. A riquíssima história da ciência merece um tratamento multiangular, cada vez mais