Astrônomos descobrem três novos planetas extra-solares
Astrônomos de um grupo internacional anunciaram nesta quarta-feira (31) a descoberta de três novos planetas "extra-solares", que têm tamanhos similares aos de Júpiter.
A descoberta foi feita por membros do instituto Wide Angle Search for Planets (Wasp), por meio de "super câmeras" instaladas na África do Sul e nas Ilhas Canárias, que monitoram estrelas em todo o céu.
Os planetas receberam os nomes de Wasp-3, Wasp-4 e Wasp-5 e dão seqüência à série de descobertas feitas pelo grupo. No ano passado, foram localizados os planetas Wasp-1 e Wasp-2.
Concepção artística de um planeta extra-solar, semelhante aos descobertos pelo Wasp; eles orbitam em torno de estrelas
Esses planetas são chamados "extra-solares", pois não orbitam em torno do sol. Sua trajetória está associada a estrelas. De acordo com o instituto, mais de 200 planetas como esses são conhecidos pelos astrônomos.
Vida improvável
Conforme o professor Andrew Collier Cameron, da University of St. Andrews, na Escócia, é muito pouco provável que haja vida nesses três novos planetas. Isso porque, na avaliação dele, a temperatura nesses locais pode chegar a 2.000ºC.
"Todos os três planetas são similares a Júpter, mas eles estão tão próximos de suas estrelas que o 'ano' ali dura menos de dois dias. Eles têm um dos menores períodos orbitais já descobertos", afirma o cientista, em comunicado.
"Estar tão perto de suas estrelas faz com que a temperatura de superfície dos planetas chegue a mais de 2.000ºC, então é improvável que haja vida lá", complementa.
Eclipse
Os três planetas foram descobertos quando as câmeras do Wasp detectaram pequenas interrupções no brilho das estrelas desses planetas. Isso ocorria quando eles passavam em frente delas.
É um fenômeno semelhante ao que ocorre quando a lua passa entre o sol e a Terra durante um eclipse solar.
Segundo os astrônomos, estudar esse tipo de planeta permite que os cientistas descubram mais sobre como os sistemas solares se formam.
"Quando nós vemos esse trânsito, nós podemos deduzir o tamanho e a massa do planeta e também saber do que ele é feito. A partir disso, é possível usar esses planetas para estudar a origem dos sistemas solares", afirma Coel Hellier, da Keele University, no Reino Unido, que também integra o WASP.
Os planetas Wasp-4 e Wasp-5 foram descobertos por meio de câmeras instaladas na África do Sul e podem ser vistos do emisfério Sul. Já os outros três planetas encontrados pelo grupo são vistos do hemisfério Norte.
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segunda parte